Caros amigos,
O Nosso Canto passará por um reestruturação e ficará inativo (ou melhor, sem nenhuma conteúdo postado) durante alguns dias ou semanas. A partir de hoje, não mais administrarei as tarefas aqui do blog sozinho. Com a ajuda de mais três pessoas, o blog passará a ter atualizações mais rápidas e sua reestruturação será breve.
terça-feira, novembro 27, 2007
terça-feira, novembro 20, 2007
Sessão "Poesismo Explícito na Erótica"
Olá caros amigos e leitores do Nosso Canto!
O blog está passando por mudanças. Desde de ontem, com a criação da sessão "Eu Recomendo", o blog irá ser dividido em sessão temáticas para melhor organizar a leitura feita por vocês meus queridos amigos. A segunda sessão criada é a sessão "Poesismo Explícito na Erótica". Nessa sessão, textos (poesias, contos, crônicas, etc) de vários autores serão postados com o tema que vocês já devem ter percebido.
O primeiro autor a ser apresentado é J. Jordan. Estudante de letras da UEFS, poeta, contista, músico, amigo de adolescência e vida. Com uma peculiariedade e talento únicos, J.Jordan faz de seus textos um prato cheio para quem gosta de textos de qualidade. Agora confiram e se deliciem com a primeira obra da sessão "Poesismo Explícito na Erótica".
Pregas de Ísis
Brota da terra
Um sol em pregas
Com suas pétalas nadegais
Levanta e ergue limpo
As entranhas naturais expurgam
Para deleite do mundo
Um cú, em absoluto, desnudo
Tua fertilidade, Ísis
Tua formosa planta, mire
Enche de gozo o escroto
Do beija-flor de bico peniano
Se teus óvulos nos encharca
[de plantas anais
Quero saber deusa querida:
Sentes prazer entre tuas pregas floridas?
J. Jordan
Brota da terra
Um sol em pregas
Com suas pétalas nadegais
Levanta e ergue limpo
As entranhas naturais expurgam
Para deleite do mundo
Um cú, em absoluto, desnudo
Tua fertilidade, Ísis
Tua formosa planta, mire
Enche de gozo o escroto
Do beija-flor de bico peniano
Se teus óvulos nos encharca
[de plantas anais
Quero saber deusa querida:
Sentes prazer entre tuas pregas floridas?
J. Jordan
Até a próxima com mais textos e mais novas sessões.
segunda-feira, novembro 19, 2007
Sessão "Eu Recomendo"
Olá amigos que acessam o Nosso Canto!
Apresento a vocês a sessão "Eu Recomendo", uma sessão onde darei dicas de blogs e sites sobre cinema, literatura, música, etc. A primeira dica da sessão é o blog do Murilo Gitel estudante de jornalismo da Faculdades Jorge Amado, poeta, cronista, companheiro de lutas, etc. No blog você encontra um misto de poesias, crônicas, reportagens abrangendo variados assuntos, desde política a futebol, filosofia a críticas a empresa Faculdades Jorge Amado . Dica de primeira!
Apresento a vocês a sessão "Eu Recomendo", uma sessão onde darei dicas de blogs e sites sobre cinema, literatura, música, etc. A primeira dica da sessão é o blog do Murilo Gitel estudante de jornalismo da Faculdades Jorge Amado, poeta, cronista, companheiro de lutas, etc. No blog você encontra um misto de poesias, crônicas, reportagens abrangendo variados assuntos, desde política a futebol, filosofia a críticas a empresa Faculdades Jorge Amado . Dica de primeira!
Até a próxima e não deixem de visitar o blog do Murilo!
quarta-feira, novembro 14, 2007
Igualitè
Me responda essa pergunta,
junto com seus pecados
Por que o negro você bate, espanca?
Por que o negro você vê como Diabo?
Minha cor te incomoda
A cor "negra" como você denominou...
Sou Negro!
Algum problema?
Você me chamou assim,
quis que fosse ruim,
mas não conseguiu
Sei quem sou, quem fui e quem serei
Serei negro, preto, carvão, tifum
Me vê como demônio?
Meu pêssames....
Sou tão humano quanto você,
sou tão igual como você,
sou tão demônio quanto você
Abra seu olhos azuis
e olhe meus olhos negros
Veja, ando em duas pernas
e raciocino como você
Sorria branco,
somos da mesma espécie,
somos irmãos de vida
Não vou roubar sua cultura,
eu tenho a minha
Não vou roubar "suas" terras,
eu as divido contigo
Não vou ser tirano com seus iguais,
quero a paz e a união dos povos
"I have a dream"
disse Luterking
e eu digo também
Seja idealista como eu,
de um mundo humano,
de um mundo unido
Sanção Maia
09/05/07
junto com seus pecados
Por que o negro você bate, espanca?
Por que o negro você vê como Diabo?
Minha cor te incomoda
A cor "negra" como você denominou...
Sou Negro!
Algum problema?
Você me chamou assim,
quis que fosse ruim,
mas não conseguiu
Sei quem sou, quem fui e quem serei
Serei negro, preto, carvão, tifum
Me vê como demônio?
Meu pêssames....
Sou tão humano quanto você,
sou tão igual como você,
sou tão demônio quanto você
Abra seu olhos azuis
e olhe meus olhos negros
Veja, ando em duas pernas
e raciocino como você
Sorria branco,
somos da mesma espécie,
somos irmãos de vida
Não vou roubar sua cultura,
eu tenho a minha
Não vou roubar "suas" terras,
eu as divido contigo
Não vou ser tirano com seus iguais,
quero a paz e a união dos povos
"I have a dream"
disse Luterking
e eu digo também
Seja idealista como eu,
de um mundo humano,
de um mundo unido
Sanção Maia
09/05/07
segunda-feira, novembro 05, 2007
Criação
Lá estava eu. Sentado próximo da Copyplot olhando. Olhando algo comum, algo que fui criado para olhar. Estava olhando uma bunda. Ou se você preferir chame de nádega, rabo, parrécu, cú. O famoso "orgulho nacional". Poderia agora, estar falando sobre o consumismo jovem nas lanchonetes da famosa "facú" , mas não. Vou falar das bundas que passam por mim. Aquela que eu olhava. Ela estava dentro de um shortinho (já que agora é moda usá-los) de cor branca, quase transparente. Sua calcinha (essa "por acaso", estava fio dental) preta dava um charme na sua pele morena e deixava sua bunda grande, muito grande. Eu olhei e medi mais ou menos 102cm de quadril. Um senhor quadril! E como rebolava. A bunda brasileira tem um rebolado único. A baiana, nem se fala. Viva a Jorge Amado e os quadris e ancas largos.
Ela se foi. Parei um tempo, ascendi um cigarro, dei alguns tragos e vi outra. Mais uma bunda grande. Essa estava numa saia longa e azul e também transparente (parece que mostrar a calcinha é algo comum). Usava uma calcinha vermelha e pequena. Nem parei para tentar medir o tamanho. Era enorme! A única coisa que fiz foi falar: "Porra, que cú!". Fui criado para isso e peço desculpas as mulheres. Bem, ela também se foi e eu fiquei com a boca aberta e meus ternos chulos ali sentado.
Passei cinco minutos ali olhando todas aquelas bundas. Grandes, pequenas, médias. São bundas!
Sanção Maia
Ela se foi. Parei um tempo, ascendi um cigarro, dei alguns tragos e vi outra. Mais uma bunda grande. Essa estava numa saia longa e azul e também transparente (parece que mostrar a calcinha é algo comum). Usava uma calcinha vermelha e pequena. Nem parei para tentar medir o tamanho. Era enorme! A única coisa que fiz foi falar: "Porra, que cú!". Fui criado para isso e peço desculpas as mulheres. Bem, ela também se foi e eu fiquei com a boca aberta e meus ternos chulos ali sentado.
Passei cinco minutos ali olhando todas aquelas bundas. Grandes, pequenas, médias. São bundas!
Sanção Maia
segunda-feira, junho 25, 2007
Cozer, misturar, brigadeirizar
Gosto doce,
cheiro que inebria
Chocolate feito com alegria
Espírito junto,
Sabor de fantasia
Sua cor bronzeada,
sua pele macia,
textura e açúcar perfeitos
fazer amor na cozinha
Brigadeiro conjunto
Tesão, paixão e chocolates juntos
Num mundo onde doce
É o prazer da mistura
do cozer de um beijo francês
Brigadeirizar...
O sentido de todo amor....
Leite condensado, achocolatado e paixão...
Mistura na panela e mexe com tesão...
Quando estiver pronto,
Come, beije e faz o que mais bem entender
Brigadeiro conjunto...
A união dos mortais
Sanção Maia
17/06/07
cheiro que inebria
Chocolate feito com alegria
Espírito junto,
Sabor de fantasia
Sua cor bronzeada,
sua pele macia,
textura e açúcar perfeitos
fazer amor na cozinha
Brigadeiro conjunto
Tesão, paixão e chocolates juntos
Num mundo onde doce
É o prazer da mistura
do cozer de um beijo francês
Brigadeirizar...
O sentido de todo amor....
Leite condensado, achocolatado e paixão...
Mistura na panela e mexe com tesão...
Quando estiver pronto,
Come, beije e faz o que mais bem entender
Brigadeiro conjunto...
A união dos mortais
Sanção Maia
17/06/07
segunda-feira, maio 21, 2007
Capilar
Cabelos,
tranças, cachinhos
entrelaçados com muito carinho
num eu chamado "humano"
Cortes,
pentados, moicanos
a sede de ter por anos
o ímpeto por liberdade
Raspado,
arrepiado, dread locks
ideologias que passam por retoques
para se adequar ao mundo
que contempla a si mesmo
Chanel,
repicado, ouriçado
um mundo por Deus criado
pede liberdade das correntes
e dos chicotes inflamados
Cabelo,
cabeleira, cabeludos
ouçam seus passos profundos
ecoarem no além do profano mundo
dos direitos de todos
Sanção Maia
tranças, cachinhos
entrelaçados com muito carinho
num eu chamado "humano"
Cortes,
pentados, moicanos
a sede de ter por anos
o ímpeto por liberdade
Raspado,
arrepiado, dread locks
ideologias que passam por retoques
para se adequar ao mundo
que contempla a si mesmo
Chanel,
repicado, ouriçado
um mundo por Deus criado
pede liberdade das correntes
e dos chicotes inflamados
Cabelo,
cabeleira, cabeludos
ouçam seus passos profundos
ecoarem no além do profano mundo
dos direitos de todos
Sanção Maia
quarta-feira, maio 16, 2007
Uma flor do jardim brota
e dela, uma donzela surge
linda, bela, graciosa
exalando todo seu perfume
Botões de rosa a acompanham
quando anda, e margaridas
vão brotando das sombras.
Copos-de-leite se enchem de orgulho
ao servir aos seus lábios carnudos
água que purifica sua vida.
Não esqueço os crisântemos amigos,
companheiros de suas noites de sono
e as orquídeas, meninas TRAQUINAS,
te divertem antes dos teus sonhos.
Donzela, que é bela, espera,
regarei seu caminho de flores
com água que purifica a vida,
com a água que purifica amores
Sanção Maia
e dela, uma donzela surge
linda, bela, graciosa
exalando todo seu perfume
Botões de rosa a acompanham
quando anda, e margaridas
vão brotando das sombras.
Copos-de-leite se enchem de orgulho
ao servir aos seus lábios carnudos
água que purifica sua vida.
Não esqueço os crisântemos amigos,
companheiros de suas noites de sono
e as orquídeas, meninas TRAQUINAS,
te divertem antes dos teus sonhos.
Donzela, que é bela, espera,
regarei seu caminho de flores
com água que purifica a vida,
com a água que purifica amores
Sanção Maia
sábado, abril 07, 2007
Prelúdio do desperdício e da loucura. Ninguém mais respeita a fome
Sábado, 22 de março de 2007. São 21h40. A noite está quente, afinal, é verão. Na rua atrás do shopping Iguatemi, há um homem deitado na calçada. Jogado ao chão, cabelos despenteados e embaraçados, só de bermuda, completamente sujo e fedorento, o indivíduo sente dor de fome e suas entranhas se contorcem. Há dias que ele não sabe o que é o sabor delicioso de comida. Deitado no chão, ele se vira de um lado para o outro com dor, com o gosto amargo da fome em sua seca boca. Uma barata passa por seus pés. Ele não tem ação; ele está faminto.
Sábado, 22 de março de 2007. São 21h46. Uma família está no 3º piso de shopping Iguatemi, exatamente na praça de alimentação; dois adultos e seis crainças; 6 kits de Mc LancheFeliz. As crianças mau dão atenção a comida: Hambúrgueres, refrigerantes e batatas fritas são trocados por bonecos do Bob Esponja. Afinal, para que se alimentar? É importante ver quase 65 reais em comida jogados fora? As crianças mordiscam alguns hambúrgueres, bebem pequenos goles de refrigerante e vão embora sem comer as batatas: 6 Bob Esponjas saem felizes do shopping. Um funcionário olha todo aquele desperdício de comida e joga tudo no lixo; baratas e ratos estarão bem servidos hoje.
Sábado, 22 de março de 2007. São 22h05. O shopping Iguatemi está de portas fechadas. Os funcinários da limpeza levam o lixo para fora - vários sacos de lixo entupidos de comida. Os funcionários olham toda aquela comida, balançam a cabeça negativamente e saem falando da eliminação de Alberto do Big Brother 7. Uma pilha de comida toda apodrecendo no lixo. Um homem que está ali próximo jogado no chão, olha aquilo como uma mina de ouro. Seu corpo mau se mexe por causa nas dores no abdômem. Na sua mente um único objetivo: Comer! Ao tentar se levantar vê uma barata passando por seu pé e pega a barata; ele não se importa com as doenças que podem ser passadas; ele só se importacom o banquete. Ele mastiga a barata como se fosse uma torrada cheia de manteiga. O som dele mastigando a armadura da barata e crocante. Crouch, crouch, crouh e glup! Ele engole a barata e bate na barriga. Agora ele vai e encontro com seu manjar dos deuses.
Sábado, 22 de março de 2007. São 22h32. Os sacos de lixo do shopping Iguatemi estão sendo rasgados. Um mendigo se alimenta da comida podre do lixo. Ele acaba de comer um Big Mac cheio de larvas de mosca e baba enquanto mastiga - uma baba sedenta por comida; seu corpo magro e ossudo sente-se forte ao comer aquela porcaria. Um rato grande, vindo dos esgotos da Avenida ACM, passa e olha toda aquela comida e vai de encontro a ela. O homem olha o rato e o espanta, mas este continua a investir em cima da no monte de podridão. Então, o homem toma uma decisão: seu rosto maléfico diz algo. Ele pega a ratazana e essa por sua vez, o morde; ele não largou o bicho; chega perto do rato, abre a bocarra e com uma mordida tira um pedaço das costas do rato. O rato se debate na mão do homem. Este ri e com a boca toda ensangüentada, morde outra vez o rato. O bicho é largado morto no chão pelo homem. O morador de rua, todo sujo de sangue, olha o rato e pisa em cima: suas tripas explodem tamanha a força usada pelo indivíduo. Nada vai tirar daquele ser humano o direito de ter uma comida só dele. Nada.
Sábado, 22 de março de 2007. São 23h10. O homem ainda come a comida do saco de lixo. Uma viatura da polícia procura um vagabundo comedor de lixo. Os garis da Limpurb denunciaram que um maluco comedor de ratos estava no lixo do shopping Iguatemi avançando em qualquer um que tentasse chegar perto. A polícia logo identificou o elemento. Eles olham com desprezo e raiva para aquele homem. " Meu turno vai começar com uma disgraça dessa!", pensa um policial. Os guardas descem da viatura, um Chevrolet Meriva 2005, 1.8 e olham o homem e este devolve o olhar. Desconfiado, o mendigo começa a se afastar: os policias vão chegando mais perto; o homem vai se afastando mais ainda. Quando um dos policiais estende a mão para falar com o daminto, este o morde e saí correndo. O parceiro da vítima abocanhada vai atrás do meliante. O homem corre deseperado para o Caminha das Árvores; o policial, tendo em média seus 25 anos, bem alimentado e frequentador de academia corre atrás dele. O meliante corre. Corre como uma flecha! Corre como uma bala! CRASH! O homem é jogado para longe pelo carro que acabou de atropelá-lo. Ele sai rolando no chão e cai sentindo muita dor. Sua perna direita está quebrada. Fratura exposta. O sangue escorre pelo asfalto. Na perna machucada, o osso da canela está quase todo para fora.; ele não tem forças para gritar por tamanha dor que sente.
Domingo, 23 de março de 2007. São 00h10. No lixão de Salvador, no CIA/Aeroporto, uma viatura da polícia acaba de chegar; os policiais descem do carro, abrem o porta-malas e tiram um corpo. Um homem com uma fratura na perna direita é jogado para fora do porta-malas do Meriva e colocado em cima de um monte de lixo. Os policias se deliciam em começar a chutar um mendigo indefeso. O guarda que levou a mordida do meliante chuta bem na perna quebrada. - HaHaHaHa! - riem os policias ouvindo os gritos de socorro do homem magro e com a perna ensangüentada. E então, num ato de extrema crueldade os dois polícias sacam as suas armas, duas pistolas calibri 38 e disparam todas as balas no homem indefeso e machucado. "Queijo suíço", pensou um deles. Ao terminar as balas, os polícias entram no carro e vão embora como se nada tivesse acontecido.
Domingo, 23 de março de 2007. São 07h00. O cheiro do cadáver chama os urubus. Eles hoje tem o que comer. Um manjar dos deuses. O manjar da injustiça, da fome e da desigualdade.
Sábado, 22 de março de 2007. São 21h46. Uma família está no 3º piso de shopping Iguatemi, exatamente na praça de alimentação; dois adultos e seis crainças; 6 kits de Mc LancheFeliz. As crianças mau dão atenção a comida: Hambúrgueres, refrigerantes e batatas fritas são trocados por bonecos do Bob Esponja. Afinal, para que se alimentar? É importante ver quase 65 reais em comida jogados fora? As crianças mordiscam alguns hambúrgueres, bebem pequenos goles de refrigerante e vão embora sem comer as batatas: 6 Bob Esponjas saem felizes do shopping. Um funcionário olha todo aquele desperdício de comida e joga tudo no lixo; baratas e ratos estarão bem servidos hoje.
Sábado, 22 de março de 2007. São 22h05. O shopping Iguatemi está de portas fechadas. Os funcinários da limpeza levam o lixo para fora - vários sacos de lixo entupidos de comida. Os funcionários olham toda aquela comida, balançam a cabeça negativamente e saem falando da eliminação de Alberto do Big Brother 7. Uma pilha de comida toda apodrecendo no lixo. Um homem que está ali próximo jogado no chão, olha aquilo como uma mina de ouro. Seu corpo mau se mexe por causa nas dores no abdômem. Na sua mente um único objetivo: Comer! Ao tentar se levantar vê uma barata passando por seu pé e pega a barata; ele não se importa com as doenças que podem ser passadas; ele só se importacom o banquete. Ele mastiga a barata como se fosse uma torrada cheia de manteiga. O som dele mastigando a armadura da barata e crocante. Crouch, crouch, crouh e glup! Ele engole a barata e bate na barriga. Agora ele vai e encontro com seu manjar dos deuses.
Sábado, 22 de março de 2007. São 22h32. Os sacos de lixo do shopping Iguatemi estão sendo rasgados. Um mendigo se alimenta da comida podre do lixo. Ele acaba de comer um Big Mac cheio de larvas de mosca e baba enquanto mastiga - uma baba sedenta por comida; seu corpo magro e ossudo sente-se forte ao comer aquela porcaria. Um rato grande, vindo dos esgotos da Avenida ACM, passa e olha toda aquela comida e vai de encontro a ela. O homem olha o rato e o espanta, mas este continua a investir em cima da no monte de podridão. Então, o homem toma uma decisão: seu rosto maléfico diz algo. Ele pega a ratazana e essa por sua vez, o morde; ele não largou o bicho; chega perto do rato, abre a bocarra e com uma mordida tira um pedaço das costas do rato. O rato se debate na mão do homem. Este ri e com a boca toda ensangüentada, morde outra vez o rato. O bicho é largado morto no chão pelo homem. O morador de rua, todo sujo de sangue, olha o rato e pisa em cima: suas tripas explodem tamanha a força usada pelo indivíduo. Nada vai tirar daquele ser humano o direito de ter uma comida só dele. Nada.
Sábado, 22 de março de 2007. São 23h10. O homem ainda come a comida do saco de lixo. Uma viatura da polícia procura um vagabundo comedor de lixo. Os garis da Limpurb denunciaram que um maluco comedor de ratos estava no lixo do shopping Iguatemi avançando em qualquer um que tentasse chegar perto. A polícia logo identificou o elemento. Eles olham com desprezo e raiva para aquele homem. " Meu turno vai começar com uma disgraça dessa!", pensa um policial. Os guardas descem da viatura, um Chevrolet Meriva 2005, 1.8 e olham o homem e este devolve o olhar. Desconfiado, o mendigo começa a se afastar: os policias vão chegando mais perto; o homem vai se afastando mais ainda. Quando um dos policiais estende a mão para falar com o daminto, este o morde e saí correndo. O parceiro da vítima abocanhada vai atrás do meliante. O homem corre deseperado para o Caminha das Árvores; o policial, tendo em média seus 25 anos, bem alimentado e frequentador de academia corre atrás dele. O meliante corre. Corre como uma flecha! Corre como uma bala! CRASH! O homem é jogado para longe pelo carro que acabou de atropelá-lo. Ele sai rolando no chão e cai sentindo muita dor. Sua perna direita está quebrada. Fratura exposta. O sangue escorre pelo asfalto. Na perna machucada, o osso da canela está quase todo para fora.; ele não tem forças para gritar por tamanha dor que sente.
Domingo, 23 de março de 2007. São 00h10. No lixão de Salvador, no CIA/Aeroporto, uma viatura da polícia acaba de chegar; os policiais descem do carro, abrem o porta-malas e tiram um corpo. Um homem com uma fratura na perna direita é jogado para fora do porta-malas do Meriva e colocado em cima de um monte de lixo. Os policias se deliciam em começar a chutar um mendigo indefeso. O guarda que levou a mordida do meliante chuta bem na perna quebrada. - HaHaHaHa! - riem os policias ouvindo os gritos de socorro do homem magro e com a perna ensangüentada. E então, num ato de extrema crueldade os dois polícias sacam as suas armas, duas pistolas calibri 38 e disparam todas as balas no homem indefeso e machucado. "Queijo suíço", pensou um deles. Ao terminar as balas, os polícias entram no carro e vão embora como se nada tivesse acontecido.
Domingo, 23 de março de 2007. São 07h00. O cheiro do cadáver chama os urubus. Eles hoje tem o que comer. Um manjar dos deuses. O manjar da injustiça, da fome e da desigualdade.
segunda-feira, março 12, 2007
Sobrevivência na selva de pedra
Um dia passando na rua, observei bem um mendigo. Era negro, aparentava ter entre seus 45 a 50 anos, magro, com barba e cabelos mal tratados, usava uma bermuda e uma camisa rasgada e muito, muito desnutrido. Junto ele se encontrava pelo que parecia, sua família. Uma mulher, como ele muito magra, com cabelos crespos e muito duros, vestida como ele, também negra só que mais clara que ele, dava o que lhe restava de leite nas mamas a um bebê, bem negrinho, envolto em panos encardidos, estava subnutrido e chorava de fome. Chorava aos berros. O resto eram crianças magras, apáticas e sem alegria pedindo dinheiro para as pessoas que passavam na rua. Uma delas, uma menina, com seus aparentes 7 anos de idade abordou um rapaz e disse:
- Tio, me dá 10 centavos pra eu cumê?
Parado, ele olhou fixo para a garota. Fiquei impressionado com a expressão dele. Era a expressão de nojo. A garota magra e ossuda o deixava enojado. Olhei para ela, dei um sorriso. Ela me olhou, olhou o rapaz, fez um gesto obsceno e foi embora. O rapaz, muito bem vestido com terno e gravata, comendo um belo cheeseburger, para não deixar barato, xingou a garota e continuou o seu caminho. As pessoas ao redor a olhavam com maldade. Olhares de profunda indignação. Olhares reprovando e não aceitando aquele pequeno ser, como ser humano. Para aqueles que olhavam a criança, ela era um animal, ela era um ser sem alma.
Após alguns dias do acontecido, passei pelo mesmo local. Estava dentro do meu carro, era tarde da noite. Estava voltando para casa após um dia bem estressante e vi. Vi umas das cenas mais bizarras da minha vida. O pai da mesma família de mendigos briga com um cachorro pelo resto de comida que estava no lixo. Uns sacos de lixo preto, semi-abertos e cheios de restos do almoço e do jantar daqueles que ali o colocaram. Era luta entre a vida e a morte. O cão, um daqueles cães de rua brancos com manchas marrons e pretas, ávidos por comida e com seus dentes afiados, ameaçava avançar no homem. Este, porém, com um pedaço de paralelepípedo em mãos, com aquela mesma aparência de antes e com um olhar determinado se preparava para o ataque. Os dois se olhavam. Nos prédios da rua, as pessoas ligavam as luzes dos apartamentos e começavam a olhar e gritar. As pessoas xingavam o homem. Chamavam o mendigo pai de puto, viado, idiota, entre outros xingamentos. Eles não entendiam o que acontecia ali.Simplesmente não percebiam o que acontecia ali. Era o sono deles que importava.
O cão sem demora avançou em direção ao homem. O mendigo rapidamente se esquivou e, quando o cão deu a volta para atacá-lo o acertou na cabeça. O cão caiu desacordado. O mendigo pai se aproximou do cachorro, pegou a pedra e sem pestanejar, acertou de novo a cabeça do animal. Agora, os miolos do cachorro se espalhavam por toda a rua. Sem demorar, o homem pegou um dos sacos de lixo, abriu, colocou o cão e seus miolos dentro. De longe dava para ver a expressão de felicidade dele. Num grito bem alto ele dizia:
- O rango das criança tá aqui! - exclamava ele com a sua comida no saco. Alguns vigias dos prédios exclamavam xingamentos das mais baixas categorias.
- Filho da puta do caralho! Vai embora seu porco, nojento da porra! – dizia um deles.
- Saí daí seu comedor de lixo nojento! – diz outro – Os patrão tão me reclamando por sua causa.
Ninguém sabia que ali, um homem feliz ia mostrar para o que conseguiu. Sem demorar, liguei o carro e fui atrás do mendigo que agora estava dobrando a esquina.
Ele entrou em um beco. Parei perto dali, desci do carro preocupado, pois era uma região perigosa e fiquei num poste na entrada do beco. Logo na entrada, se via o estado do beco. Escuro, cheio de papéis jogados pelo chão, fedia a fezes, urina. O homem foi se direcionando até uma fogueira. Me esforçando para ouvir o que diziam, consegui ouvir um pedaço da conversa.
- Maria, olha o que eu peguei na rua! – disse o mendigo lhe mostrando o conteúdo dentro do saco.
- Êta porra! – exclamou Maria, com o bebê nos braços, que pelo que percebi, não havia se alimentado muito e continuava chorando – Vamo cumê bem hoje!
- Oh os minino, acorda que a cumida chegou! – falou o mendigo chamando com as crianças.
Todos estavam felizes em comer aquela comida podre. As crianças comiam e lambiam as pontas dos dedos saboreando os restos fétidos de arroz e salada. Uns rapazes passaram no pelo beco e começaram a caçoar da família. Gestos obscenos, risadinhas de deboche, objetos sendo jogados na família. Playboys da noite da cidade grande querendo se diverte. Músculos e dinheiro contra pobreza e fraqueza. Um deles saca uma arma. Aponta para Zé, que está em completo pânico e ri. Os outros riem de chora por causa da cena. O pitboy com a arma dá um tiro para cima e corre com os outros. Zé e Maria estão atônitos com tal cena e tentam acalmar as crianças que choram.Então, Zé abri o saco e tira o cachorro morto.
- Zé, e esse cachorro? – perguntou Maria me fazendo descobrir o nome do mendigo.
- Nóis vai é cumê! Vô coloca ele na fuguera! – dizia Zé, agora com a mesma cara apática de quando eu o vi pela primeira vez. Zé pegou o cão e tratou de amarrá-lo com pedaços de cadarços em um pedaço cilíndrico de ferro e foi assar o cachorro.
Passei horas olhando aquela família saborear aquela comida que era a única que eles tinham. Essa noite, pelo que notei, foi um banquete. O cachorro após algamas horas assando, foi saboreado com um grande porco assado pela família. Os miolos também foram servidos. A ceia da família.
Quando acabaram, Zé, Maria e as crianças foram deitar. Cada um em seu jornal ou papelão espalhado pelo beco. Então, após ver tudo aquilo, fui para casa comer meu pão com manteiga, queijo e presunto, acompanhado de umas bolachas água e sal, bebendo café e fui dormir.
Sanção Maia
- Tio, me dá 10 centavos pra eu cumê?
Parado, ele olhou fixo para a garota. Fiquei impressionado com a expressão dele. Era a expressão de nojo. A garota magra e ossuda o deixava enojado. Olhei para ela, dei um sorriso. Ela me olhou, olhou o rapaz, fez um gesto obsceno e foi embora. O rapaz, muito bem vestido com terno e gravata, comendo um belo cheeseburger, para não deixar barato, xingou a garota e continuou o seu caminho. As pessoas ao redor a olhavam com maldade. Olhares de profunda indignação. Olhares reprovando e não aceitando aquele pequeno ser, como ser humano. Para aqueles que olhavam a criança, ela era um animal, ela era um ser sem alma.
Após alguns dias do acontecido, passei pelo mesmo local. Estava dentro do meu carro, era tarde da noite. Estava voltando para casa após um dia bem estressante e vi. Vi umas das cenas mais bizarras da minha vida. O pai da mesma família de mendigos briga com um cachorro pelo resto de comida que estava no lixo. Uns sacos de lixo preto, semi-abertos e cheios de restos do almoço e do jantar daqueles que ali o colocaram. Era luta entre a vida e a morte. O cão, um daqueles cães de rua brancos com manchas marrons e pretas, ávidos por comida e com seus dentes afiados, ameaçava avançar no homem. Este, porém, com um pedaço de paralelepípedo em mãos, com aquela mesma aparência de antes e com um olhar determinado se preparava para o ataque. Os dois se olhavam. Nos prédios da rua, as pessoas ligavam as luzes dos apartamentos e começavam a olhar e gritar. As pessoas xingavam o homem. Chamavam o mendigo pai de puto, viado, idiota, entre outros xingamentos. Eles não entendiam o que acontecia ali.Simplesmente não percebiam o que acontecia ali. Era o sono deles que importava.
O cão sem demora avançou em direção ao homem. O mendigo rapidamente se esquivou e, quando o cão deu a volta para atacá-lo o acertou na cabeça. O cão caiu desacordado. O mendigo pai se aproximou do cachorro, pegou a pedra e sem pestanejar, acertou de novo a cabeça do animal. Agora, os miolos do cachorro se espalhavam por toda a rua. Sem demorar, o homem pegou um dos sacos de lixo, abriu, colocou o cão e seus miolos dentro. De longe dava para ver a expressão de felicidade dele. Num grito bem alto ele dizia:
- O rango das criança tá aqui! - exclamava ele com a sua comida no saco. Alguns vigias dos prédios exclamavam xingamentos das mais baixas categorias.
- Filho da puta do caralho! Vai embora seu porco, nojento da porra! – dizia um deles.
- Saí daí seu comedor de lixo nojento! – diz outro – Os patrão tão me reclamando por sua causa.
Ninguém sabia que ali, um homem feliz ia mostrar para o que conseguiu. Sem demorar, liguei o carro e fui atrás do mendigo que agora estava dobrando a esquina.
Ele entrou em um beco. Parei perto dali, desci do carro preocupado, pois era uma região perigosa e fiquei num poste na entrada do beco. Logo na entrada, se via o estado do beco. Escuro, cheio de papéis jogados pelo chão, fedia a fezes, urina. O homem foi se direcionando até uma fogueira. Me esforçando para ouvir o que diziam, consegui ouvir um pedaço da conversa.
- Maria, olha o que eu peguei na rua! – disse o mendigo lhe mostrando o conteúdo dentro do saco.
- Êta porra! – exclamou Maria, com o bebê nos braços, que pelo que percebi, não havia se alimentado muito e continuava chorando – Vamo cumê bem hoje!
- Oh os minino, acorda que a cumida chegou! – falou o mendigo chamando com as crianças.
Todos estavam felizes em comer aquela comida podre. As crianças comiam e lambiam as pontas dos dedos saboreando os restos fétidos de arroz e salada. Uns rapazes passaram no pelo beco e começaram a caçoar da família. Gestos obscenos, risadinhas de deboche, objetos sendo jogados na família. Playboys da noite da cidade grande querendo se diverte. Músculos e dinheiro contra pobreza e fraqueza. Um deles saca uma arma. Aponta para Zé, que está em completo pânico e ri. Os outros riem de chora por causa da cena. O pitboy com a arma dá um tiro para cima e corre com os outros. Zé e Maria estão atônitos com tal cena e tentam acalmar as crianças que choram.Então, Zé abri o saco e tira o cachorro morto.
- Zé, e esse cachorro? – perguntou Maria me fazendo descobrir o nome do mendigo.
- Nóis vai é cumê! Vô coloca ele na fuguera! – dizia Zé, agora com a mesma cara apática de quando eu o vi pela primeira vez. Zé pegou o cão e tratou de amarrá-lo com pedaços de cadarços em um pedaço cilíndrico de ferro e foi assar o cachorro.
Passei horas olhando aquela família saborear aquela comida que era a única que eles tinham. Essa noite, pelo que notei, foi um banquete. O cachorro após algamas horas assando, foi saboreado com um grande porco assado pela família. Os miolos também foram servidos. A ceia da família.
Quando acabaram, Zé, Maria e as crianças foram deitar. Cada um em seu jornal ou papelão espalhado pelo beco. Então, após ver tudo aquilo, fui para casa comer meu pão com manteiga, queijo e presunto, acompanhado de umas bolachas água e sal, bebendo café e fui dormir.
Sanção Maia
quarta-feira, fevereiro 14, 2007
Ying – Yang
Eles se roçam como animais. Maria sente uma mão forte segurando suas nádegas e a outra apertando seus seios. Ela arranha, morde, chupa todo seu parceiro desconhecido. Numa simples olhada, cheia de lascívia, Maria já queria entregar-se a ele.
Maria o leva para casa e vai diretamente para o quarto. O rapaz joga Maria na cama e rasga toda a sua roupa. Maria grita quando sente seus grandes lábios serem molhados por uma língua que faz movimentos rítmicos. Ela se contorce como uma lagartixa insana quando ele a penetra. Ela nunca sentiu prazer igual. Aquele pênis roçando no seu clitóris e tocando no seu ponto G a faz liberar os seus desejos mais íntimos e sensuais. Ela sente um prazer incomparável. Ela sente que se transformou numa nova mulher. Ela sente o orgasmo que nunca teve. Ela sente, ela sente...
Uma mão enforca Maria. Ela abre os olhos e vê na escuridão, um rosto escuro e com um sorriso macabro e nefasto. Seu ar vai embora. Ela agora sente sua vida indo, indo, indo...
O detetive Rogério Bastos, 38 anos, casado com Marta de Freitas há 12 anos, um filho, está chocado. Nunca nesses 15 anos de ofício viu tamanha brutalidade. Policiais choram, desmaiam, vomitam vendo tal cena. Maria da Conceição Ribeiro, 25 anos está morta em seu apartamento. Em sua cama, está o seu corpo colocado na forma de uma cruz, no meio ao círculo formado com todos os seus órgãos. No seu rosto a expressão de pânico. O detetive Rogério não sabe o que fazer.
Rogério olha para os lados e vê toda aquela carnificina. Ao observar o canto esquerdo perto da porta encontra os dizeres: “Seu puto podre...”. Ele não entende as palavras, mas lhe parecem familiares. Ele lê aquilo e pensa qual o motivo para tal ato obsceno para com o ser humano. Ele olha em volta e se vê envolto de sombras por todos os lados. Ele ouvi um BLÉM-BLÉM bem distante e pensa o que ou quem faz tal som incomodo. Perdido em seus pensamentos, ele acorda com uma voz assustadora ao seu lado.
- Detetive Rogério, que crime chocante, não é? Quem cometeria algo assim... Gostaria muito de saber – Rogério olha o policial que fez tal comentário e se assusta. Com um olhar sarcástico e um sorriso satânico ele o observa. Ele o olha com medo e saí daquele local para poder se restabelecer.
Após dias daquele terrível assassinato, Elisângela grita em um beco podre. Ela grita: “Vem meu macho e me come! Sou sua puta agora!”. Ele penetra seus dedos no seu sexo e ela treme de prazer. Ele a coloca de costas, levanta sua pequena saia e penetra no seu ânus. Ela sente uma dor fina e sente todo seu corpo arder. Aquele movimento frenético de vai-e-vem a deixa louca. Ele bate forte em suas nádegas e ela vibra, ela adora ser dominada. Ela sente o pênis penetrá-la. Ela sente um gozo profundo dentro dela. Ela sente um frio em sua garganta. FLASH! A lâmina fria da faca passa por sua garganta e ela não sente mais nada.
O fedor de fezes no beco é insuportável. O corpo de Elisângela Sobral, 37 anos se encontra sem cabeça ao lado de uma lata de lixo. A cabeça se encontra pendurada num poste próximo a cena do crime. Rogério olha a cabeça e pensa como a assassino brincou com ela. Pensa como a fez de pêndulo jogando para lá e para cá. Os corvos vêm para se alimentar. “Pássaros do demônio!” , pensa o detetive.
Ele olha em volta e vê escrito no poste palavras que novamente lhe parecem familiares. “...Sabe quem sou?” Rogério não entende o porquê dessa frase. Ele se pergunta se só ele lê aquilo. Viajando em seus pensamentos, Rogério é despertado por um corvo que pousa em seu ombro. Ele o olha e vê o corvo ri numa gargalhada estridente que faz Rogério correr.
Ele está assustado com tudo o que está acontecendo. Os crimes o chocam e mesmo assim ele sente que já viu algo igual a isso. Ele sente medo. Ele sente...
Rogério levanta assustado com um grito que ouviu. Uma mulher grita alto e desesperado num pequeno casebre atrás dele. Ele saca a arma e vai ao encontro dos gritos. Ao arrombar a porta um susto.
Dentro do casebre um corredor sujo e nojento. Comprido e estrito, o corredor tinha dos dois lados muitas portas. Rogério se enfia dentro daquele casebre assustado com o que vê. Um lugar onde ratos e baratas vivem em intensa harmonia. As paredes são cheias de limo e algumas portas tinham grandes grades a sua frente. Ele passa confuso, sem entender qual o motivo de ter grades dentro de casa e mesmo assim se sente à vontade naquele ambiente. De repente um susto. Ele ouvi mais um grito e pára. Ele olha a sua esquerda e vê uma porta aberta. Com cautela ele entra no quarto e fica assustado.
Um homem está ali carregando uma moça muda. Rogério vê o homem nu e todo ensangüentado beijando a cabeça arrancada do corpo de costas para ele. A ver tão cena bizarra e grita:
- Não se mexa! – grita Rogério, agora observando melhor o assassino – Vire-se para mim filho da puta para que possa ver seu rosto porco e nojento.
- Como você demorou Rogério... – diz o homem – Você não percebe quem eu sou?
- Como sabe meu nome? – diz Rogério assustado. Mesmo assim, ele observa mais o agressor vendo as costa musculosas e o cabelo crespo em tom castanho claro que ele possuí.
- Você sabe quem sou e me conhece muito bem – diz o homem agora largando a faca e a cabeça.
- Quem é você? – grita Rogério sem saber como ele o conhece e olhando as cicatrizes em suas costas – Vire-se ou atiro em você seu sacana.
- Quer que eu me vire? Então ok!
Virando-se o homem projeta-se para cima de Rogério que se espanta com o que vê e...
Rogério acorda. Está completamente suado e assustado. Ao abrir os olhos, ele olha o local onde está. Um lugar sujo e completamente escuro. Olha para o teto e lembra-se onde está. Lembra-se do que fez, sente saudade e ao mesmo tempo uma angústia dentro dele.
- Fiz e...me orgulho? – pergunta-se ele e recorda como foi nefasto e cruel com todas aquelas moças. Seu subconsciente o maltrata sempre que pense nisso. Ele pensa como dentro de um homem o bem e o mal é tão conflitante.
Ao fechar os olhos ele pensa porquê ele tem aqueles sonhos. Ele vai se deitar pensado como pôde pensar nisso. Ele vai se deitar, e deixa, em seu torto caminho vivido, rastro de sangue por todo o seu caminho.
Sanção Maia
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