quarta-feira, outubro 20, 2010

Completude

As mãos dadas anunciam o romantismo. Nas ruas que passam, chamam a atenção pela amabilidade e sentimentalismo exposto a céu aberto. Risadinhas tímidas no restaurante, flores e pipoca na ida ao cinema. Sentimento abraçado por toda aquela simplicidade inicial de qualquer relacionamento. A noite ainda está incompleta. Os beijos singelos e os afagos carinhosos antecipam o que está por vir.

O caminho - marcado por um céu estrelado e iluminado pela luz da lua - mostra a continuidade noturna do romance. Eles abrem a porta do quarto. Um cômodo simples com cama, banheiro, uma cômoda próxima à janela, dois criados mudos na extremidade superior da cama, um sofá ao lado da porta junto ao frigobar. Sentam-se no sofá e começam a conversar coisas bobas. Falam da comida da noite, do filme romântico, da lua, de casos antigos; riem de piadas bobas, sarcasmos, ironias. Ele abre o frigobar, pega um vinho, tira a rolha, coloca o líquido nas taças; ela agradece; brindam, bebem e se olham. Num estalo, ambos esquecem de tudo e vão chegando mais perto um do outro sem se dar conta daquilo. Não há mais palavras; só há goles de vinho, aproximação, olhares e beijos inocentes. Seus corpos se encontram ainda mais perto um do outro. Suas mãos - agora livres das taças – começam a buscar cada centímetro de seus rostos, apertam nucas, acariciam cabelos... Ela se arrepia com mordiscadas em seu pescoço. Os lábios do rapaz começam a subir para as bochechas. A moça afasta seu amante e...

Ele a puxa. Um beijo forte, intenso e demorado. Seus lábios se tocam com a ferocidade de um leão na hora do bote. Seus corpos se entrelaçam; um nó lascivo e estimulante. Eles se levantam e começam a tirar suas roupas que voam por todo o quarto. Nus e ainda em pé, eles se amassam. As línguas nervosas se tocam e percorrem as extensões possíveis. Ele a joga na cama e ela o espera. Ele se aproxima, a beija e suas mãos tocam tudo o que podem: barriga, coxas, braços, bunda. Um descontrole desejoso os domina. Aqueles seios fartos da bela dama mal cabem nas mãos; aquelas unhas, grandes e afiadas, rasgam as costas do amante.

Mais beijos, mais apertos, mais tesão. As mãos vão de encontro aos respectivos sexos. Masturbações ligeiras e fortes; clítoris e mastro estimulados. Contorções e sussurros eclodem na veemência dos gestos. Eles param. Em cima dele, ela se posta de quatro em direção ao falo rigo (e grande) e ele se ajeita embaixo dela. 69. Ali na lendária posição, as partes se encontram no deleite oral. As bocas fazem movimentos compassados: ligeiro, rápido, ligeiro, rápido. Líquidos viscosos começam da sair de ambas as genitálias. Agora, ela se deita e se abre. A flor, já irrigada e aberta, sente as batidas do pênis avantajado que se prepara para penetração. Aos poucos ultrapassa os grandes lábios; vai entrando vagaroso e preenchendo cada espaço. - Ah, assim... - sussurra a amante que morde o ombro do felizardo. Então começa: o vai e vem, o aumento de velocidade, o uso da força em cada estocada. Ela mal se aguenta e tem seu primeiro gozo. Sua vagina, já completamente molhada, fica de fácil acesso para o pênis que a penetra. Ela o quer, ela o aperta, ela o encharca. Minutos passam e chega a hora de mudar de posição. Eles se levantam. Ela coloca os joelhos no chão já virada de costas.

Sem muito esperar ele a agarra pela cintura, enfia o falo e começa. As batidas dos corpos se tornam mais altas. Ele a traz e a leva de forma rápida e forte; ela se empurra e geme alto. - Vai,vai,vai - diz a moça. Ele mantendo o controle, dá pequenas respiradas e se atem a penetrá-la. Ela por sua vez,  esmera a sensação de  ter atrás dela o seu amado penetrando-a. Tapinhas, beliscões, mordidas nas costas, puxões de cabelo; gritos, gemidos, pedidos de continua. Depois de perder a conta de quantos orgasmo teve, agora ela quer comandar, ficar por cima. Solícito, o rapaz prontamente se deita e vê aquela mulher majestosa dominar o seu mastro. Ao olhá-la, ele se viu como uma oferenda a Eros. - Fazei de mim o que queres. Deixai esta mulher, minha amada, me usar ao seu bel prazer - assim, orou. E então começa:  sobe, desce, rebola. Encantado com cada movimento, ele geme. Geme alto e forte. - Continua vai, continua - pede ele já em total loucura, agarrando os seios da moça com força e esta sem conseguir conter o sorriso de satisfação.

Ao agarrar sua amante, o jovem volta ao “papai e mãe” e utiliza métodos para fazê-la encontrar o nirvana novamente. Força, apertos, chupões; tudo vale. Ao fazer isso, sua parceira entra em um quase transe. - Goza em mim, goza... – pede ela solícita, gemendo extasiada. Ele então, aumenta o ainda mais a velocidade da penetração e retira o mastro colocando-o direto na boca da amante. - Ah! Ah! - urra ele. Ela por sua vez, suga cada gota de sêmen que pode e se sacia ao ver seu parceiro com as pernas bambas como as dela de tanto tesão.

Ambos se levantam e vão fumar um cigarro. A cada trago e olhadas cansadas, risos simples e em total completude de vontades. Após um papo rápido eles se deitam, se abraçam e dormem; após uma noite de puro sentimento, o merecido descanso no “sono dos amantes”.

Sanção Maia
19, 20 e 21/10/2010

Um comentário:

Ana disse...

De perder o folego... sempre, em cada leitura. Um deleite, um suspiro, uma.. enfim!
Beijos